Homosapiêncial

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2006/03/24

Perigo: Não abrir (na rua)

Estou farto de estragar guarda-chuvas este ano. Ando mais ou menos com uma média de um guarda-chuva por cada dia mais ventoso. Chego à conclusão que, de facto, abrir guarda-chuvas dá azar, mas não se for dentro de casa. O azar é quando temos de os abrir na rua.

Não sei que mais fazer. Já tentei todas as técnicas possíveis e imaginárias para lutar contra o vento mas esta temível força da natureza tem levado sempre a melhor.

Mas pergunto. Será que o vento tem vindo a aumentar a sua intensidade ao longo dos anos? Não me parece. Sempre houve dias mais ventosos. O problema são mesmo os desgraçados dos guarda-chuvas, que não prestam para nada.

Antigamente sim, os guarda-chuvas eram feitos para durar.

Vejam lá que o pai da minha digníssima futura esposa possui um guarda-chuva que era do pai dele. Tem dezenas de anos e ainda está ai para aguentar com tornados e furacões.

Pronto, talvez não aguente assim tanto mas, pelo menos não se desfaz nas mãos com uma brisa mais encorpada. Já tentei comprar o referido guarda-chuva, através da minha digníssima, mas o Sr. não se quer desfazer de tal raridade. Ainda para mais, por ser uma recordação do seu pai.

Não creio que algum dia um filho meu venha a ter como recordação minha um guarda-chuva… a não ser que esteja todo partido o que, diga-se de passagem, não é assim um grande objecto utilizável, para recordar um pai.

Ia ser uma bela recordação, sim senhor! :)

Os que se compram nos chineses, têm uma média de duração de 0,34525 milissegundos.
Mas não pensem que se gastarem 10 ou 15 Euros num guarda-chuva, têm melhores garantias de resistência.

A questão é que hoje em dia, as coisas não são feitas para durar. Se um guarda-chuva durasse dois anos ou mais, essa máfia que se alimenta do negócio da vareta fraquinha, deixava de ganhar rios de dinheiro.

Mas estou decidido a dar luta. Se tiver tempo, numa próxima oportunidade conto-vos o meu plano para pôr cobro a esta roubalheira. Não sei se funciona, mas como plano parece-me bastante razoável.

P.S. Lembram-se de, nos longínquos tempos da nossa infância, haver um Sr. que calcorreava as ruas de Ermesinde para arranjar os guarda-chuvas? Trazia consigo uma gaita na qual tocava, para avisar os moradores da sua passagem.

É engraçado, pois esse é um dos sons da minha infância que provavelmente nunca mais irei ouvir.

O que terá acontecido a esse Sr? Provavelmente foi eliminado pela máfia da vareta fraquinha…

9 Comentários:

Blogger José Carlos Gomes disse...

Tu erras por dois motivos:

- Os guarda-chuvas não estão muito mais fracos do que há 10 ou 15 anos. Tu é que te habituaste a andar de carro e já não sabes enfrentar o vento de guarda-chuva em punho. Eu, que me farto de caminhar, à chuva ou ou sol, com vento ou sem ele, tenho o mesmo guarda-chuva há uns anos valentes.

- Numa coisa estás certo: as coisas não são feitas para durar "uma vida". É um princípio básico do sistema que tanto defendes, o capitalismo: chama-se princípio da perempção. É o princípio (há fórmulas matemáticas que os grandes produtores mundiais do que quer que seja usam) segundo o qual um objecto deve ter xis tempo de vida para a empresa que o produz ser rentável, produzindo mais em substituição do que foi para o galheiro. O capitalismo é assim: sempre a foder o zé povinho!

24/3/06 19:22  
Blogger Nuno Sal disse...

Onde é que compraste esse guarda-chuva maravilha?

Relembro que estou perto de fazer anos e essa era uma grande prenda!

25/3/06 12:30  
Blogger José Carlos Gomes disse...

Para te dizer a verdade, nem sei onde nem quando foi comprado o meu guarda-chuva... porque não fui eu que o comprei.

Há 4/5 anos, numa reunião dos renovadores comunistas, em lisboa, peguei nele e trouxe-o. Alguém pegou no meu e levou-o. Eu peguei no mais parecido que encontrei. E era muito parecido, pelo que quem levou o meu o fez,certamente, por engano. E acho até que ficou prejudicado.

26/3/06 02:09  
Blogger Nuno Sal disse...

Está decidido. Tenho de começar a ir às reuniões dos renovadores comunistas!

26/3/06 03:22  
Blogger Pedro Lino disse...

pois... A culpa, a culpa é dos chineses... esses comun.. quero dizer capitalistas!

27/3/06 23:30  
Blogger Nuno Sal disse...

É verdade Lino. Já não bastava comerem criancinhas ao pequeno almoço, ainda têm de nos dar cabo da cabeça com os guarda-chuvas...

Esses chineses são levados da breca. E tu que o digas! :)

28/3/06 01:54  
Blogger José Carlos Gomes disse...

Segundo o Berlusconi, os comunas chineses não comiam criancinhas, produziam energia queimando criancinhas...

29/3/06 01:20  
Blogger Pedro Lino disse...

Ainda bem que ja' nao sou crian,cinha senao a minha mais-que-tudo ainda apreciava o meu bom porte em churrasco!

29/3/06 16:49  
Blogger McBrain disse...

Ora viva!
Dou-te toda a razão no que diz respeito aos guarda chuvas que são comprados hoje em dia.

Infelzmente, a sociedade de consumo precisa de ser alimentada por produtos que sendo baratos irão ter mais procura e ao mesmo tempo irão alimentar mais empregos, mais consumo (pois em vez de se comprar um para a vida, compraremos um muito mais regularmente!)

Outro exemplo interessante, se bem com outras nuances, são os automóveis. Experimentem batem com um carro com menos de 10 anos num Peugeot 404 ou numa Volkswagen carocha e vejam o que acontecerá ao vosso pobre veículo.

Em relação ao senhor que calcorreava Ermesinde a tocar uma gaita, há umas semanas atrás, vi um clone desse senhor em plena Lisboa, mesmo em frente de minha casa. E ainda dizem que Lx perdeu as suas tradições! :)

9/4/06 09:25  

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