Homosapiêncial

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2006/09/18

Radicalismos

Em primeiro lugar gostava de frisar a diferença que existe entre a religião muçulmana e os radicais muçulmanos que nela se encontram. Embora esteja consciente dessa clara diferença de posições, essa mesma diferença levanta a primeira questão.

Assisti ainda há pouco a declarações do representante máximo islâmico em Portugal, dizendo que tem condenado todas as reacções violentas a supostas declarações inflamadoras do Santo Padre a que temos assistido nestes dias. Certamente que como ele, haverão muitos muçulmanos que condenam de igual forma tais atitudes. Mas não basta condenar. Estes problemas têm de ser resolvidos no interior do Islão. Todos aqueles que discordam destas tomadas de posição, devem criticar internamente, devem combater a violência por dentro, têm de tirar força e poder àquelas bestas radicais que mancham com sangue o nome do Islão.

Tenho assistido atónito a discussões sobre se o Santo Padre deverá ou não fazer um pedido de desculpas. Mas pedir desculpas porquê?!

O que foi dito de tão grave que mereça tal pedido de desculpas?

Quem exige esse pedido, leu todo o discurso?

Ou limitou-se a “ir na onda” dos media que tentam vender a todo o custo o seu produto, passando nas nossas caixinhas mágicas um excerto de meia dúzia de segundos, completamente fora do contexto do verdadeiro sentido do discurso papal?

Discutem os media se o Santo Padre não terá sido um pouco irresponsável ao dizer o que disse. Pergunto eu. Não serão os media extremamente irresponsáveis por retirar do contexto o discurso do Papa? Não serão os media extremamente irresponsáveis por darem tanto ênfase a nada? Não serão eles também responsáveis em grande parte pelo que aconteceu e poderá ainda vir a acontecer?

Igualmente caricata é a resposta dos radicais muçulmanos às supostas afirmações do Papa. Dizem que o Papa diz, que a religião muçulmana tem raízes violentas, que é uma religião que cresceu à custa da espada, que é uma religião de guerra e violência.
Quais virgens indignadas, reagem às supostas afirmações como? Com prudência? Com calma e ponderação? De uma forma pacifica e ponderada? Nada disso!!!

Toca a queimar igrejas, lançar bombas e matar religiosas cristãs, que eles não podem admitir serem considerados como pertencentes a uma religião violenta. Palavras para quê?! O radicalismo tolda a visão. Nem se conseguem aperceber do ridículo da situação.

Grande parte do problema está no facto de haverem muitos muçulmanos que ainda vivem no tempo das cruzadas. Infelizmente muitos deles estão em posições de destaque, dentro da hierarquia islâmica, e têm a capacidade de manipular muitos, dentro do Islão.

Enquanto isto não mudar, enquanto o Islão não se definir por completo, de uma vez por todas, enquanto estes radicais de merda continuarem a ter poder, nada mudará e nós continuaremos a tremer, de cada vez que um radical muçulmano acordar fodido da cabeça porque não pinou na noite anterior e decide que mais infiéis devem morrer nesse dia, para que o Islão possa governar o Mundo. Estou farto dessas bestas. Não podemos continuar a ter medo deles. Estão errados e tem de haver cada vez mais pessoas a dizer que estão errados.

Triste mesmo é a noticia que recebi ontem, que dava conta da morte de uma missionária da Consulata que foi ASSASSINADA na Somália. Quer sejamos cristãos, muçulmanos, ateus ou seja lá o que for, não podemos ficar calados perante a perda de vidas, por causa destes senhores da guerra, que de muçulmanos, não têm nada. A vida é o maior bem para qualquer individuo, seja qual for a sua religião. Quem não pratica esse principio, não pode dizer que é seguidor seja de que Deus for.

19 Comentários:

Blogger João Pedro disse...

Quer tenha razão ou não em dizer o que disse, penso que o deveria ter dito. Para quê?

18/9/06 15:03  
Blogger João Pedro disse...

Retificação: Quer tenha razão ou não em dizer o que disse, penso que não o deveria ter dito. Para quê?

18/9/06 18:40  
Blogger Nuno Sal disse...

Ele não disse nada do que se tem feito crer que disse.

Não se trata de ter ou não razão. O pobre homem estava apenas a dar um exemplo de como era vista a religião muçulmana no século XIV, penso eu.

E estava a dar esse exemplo, por ser um mau exemplo daquilo que se deve fazer em relação a outras religiões. Nada mais.

O Papa não estava a afirmar que a religião muçulmana era violenta. Aquele bocadinho do discurso que passou tantas e tantas vezes na televisão não é lido pelo Papa na primeira pessoa, ao contrário do que se tem feito crer.

O motivo foi dar um exemplo de como a religião muçulmana tem sido vista de forma errada pelo Ocidente.

É de facto triste que tenham deturpado tudo e criado esta situação.

19/9/06 02:15  
Blogger Márcia disse...

Volta Papa João Paulo, volta e trás a tua sabedoria e o dom da palavra que te judou a reaproximar judeus, cristãos ortodoxos, protestantes, mulçumanos, hindus e budistas em vez de criar guerras. por será que tiveste esse dom?
Será porque reconheces o "calcanhares de Aquiles" e o respeitas?

20/9/06 16:15  
Blogger Nuno Sal disse...

Ok, agora temos sessões espiritas a invocar o regresso do Papa João Paulo II... :p

Sem dúvida que João Paulo II tinha o dom da palavra, mas até hoje não vi ou ouvi nada de mal proferido por Bento XVI.

Tu ouviste Márcia?

Podes-me dizer o que foi?

Ah... gostava tanto que alguém me desse um exemplo que fosse. Só umzinho mesmo.

21/9/06 03:55  
Blogger João Pedro disse...

O pior cego é aquele que não quer ver... :)

21/9/06 10:21  
Blogger Nuno Sal disse...

Sim sim... mas pior que esses cegos, só aqueles que vêem coisas onde elas não existem. Esses é que são perigosos :p

21/9/06 12:49  
Anonymous Anónimo disse...

É curioso, perceber que pessoas que detestaram a ditadura, em que a liberdade de opinião não existia, agora querem que o Papa não diga o que pensa! Pior do que isso, ele até nem disse nada que já não soubessemos... Todos sabemos que Maomé era um guerreiro... Mas, ainda assim o Papa citou um texto medieval, para expressar o que não se deve fazer, para expressar o que ele não quer fazer: "Guerra pela Fé"... Mas... coitadinhos dos muçulmanos radicais, coitadinhos dos jornalistas que não têm mais nada que publicar, coitadinho do Bin-Laden, coitadinho do Saddam, coitadinho, coitadinho, coitadinho... Mas os coitadinhos é que nos fo*** bem!!! Acordem para a vida!!!
PS: Por favor leiam o discurso do Papa antes de emitirem opiniões! è uma questão de bom senso!!!

21/9/06 13:19  
Blogger Nuno Sal disse...

Haja alguém que me entende...

22/9/06 00:54  
Blogger João Pedro disse...

De certeza que foste tu que escreveste e assinaste com Bruno :)

22/9/06 14:21  
Blogger Nuno Sal disse...

Eh pá... apanhaste-me. ;)

22/9/06 16:17  
Anonymous Anónimo disse...

O João Pedro deve ter problemas existenciais... O Nuno leva pancada mesmo sem culpa... Desculpa Nuno, mesmo não te conhecendo. A minha intensão não é a de que apanhes na cabeça por minha causa!!!

22/9/06 17:10  
Blogger João Pedro disse...

Caro Bruno, não tenho problemas nenhuns existênciais... Sou é amigo do Nuno e posso vir ao Blog dele fazer as piadas que eu quiser!

23/9/06 14:24  
Blogger Nuno Sal disse...

Bruno, não te preocupes que com estes posso eu bem. ;)

Não há stress.

Por cada uma que eu apanho na cabeça, dou logo duas. hehehe

23/9/06 20:33  
Blogger McBrain disse...

Em relação às declarações do Papa, apenas mais um comentário....

Pena que o papa tenha mencionado o que mencionou, mas esqueceu-se de referir as Cruzadas, a Inquisição e a conversão forçada de milhares de pessoas... e quem é que fomentou a fé pela espada? Os Portugueses, por exemplo, como D. Sebastião, empurrado pelos Jesuítas a conquitas Alcácer Quibir..

O que é pena no meio disto tudo foi ignorar as violências da sua própria religião! E assim sendo....

24/9/06 16:46  
Blogger Nuno Sal disse...

Tens razão. Já aqui ou no Insubordinar (cá estou eu a fazer publicidade ao blog do João) eu referi isso. Também a Igreja católica cometeu os mesmos erros. A diferença é que aprendemos com os erros e deixamos de os cometer.

Os radicais muçulmanos continuam a viver no tempo das cruzadas. Espero que também eles aprendam com o tempo e possa haver paz.

Não esqueças também que a Igreja já pediu desculpas pelos erros cometidos no passado.

24/9/06 20:32  
Anonymous Anónimo disse...

Ui ui... Parece que irritei alguém... Desculpa João Pedro se te ofendi, mas não te esqueças que este blog é público (senão eu não estaria aqui a escrever), por isso tens que levar com estas, mesmo quando estás a brincar! De qualquer forma não quis magoar-te!!! :)

26/9/06 18:53  
Anonymous Anónimo disse...

Concordo com o que disseste no post! Eu vi a declaração do Papa e vi as notícias! É triste ver que mais uma vez a informação não é tratada devidamente, eles apenas se preocupam em vender!
Sou da opinião que ninguém deve pedir desculpa! Muito menos deixar de se referir à religião mulçumana com medo de ferir possiveis susceptibilidades! Isso é o que eles querem! E a verdade é que com o tempo lá o vão conseguindo!
Mas sinceramente, a grande conclusão que se tira destas merdas todas(refiro-me pois, às guerras santas, à inquisição, às oposições da Igreja, etc...)é que se não houvesse religiões não teria havido metade das guerras e genocídios, já para não falar do tão famoso terrorismo!
A verdade é que somos uns fracos e muito pobres em razão!

29/9/06 17:01  
Anonymous Anónimo disse...

Cara Raquel,

a culpa não é das religiões, mas dos homens que as orientam. Jesus nunca guerreou com ninguém... O Corão não apela a guerras nem a desrespeito pelas mulheres... Mas na igreja católica (em tempos) e agora no Ilão, quem governa(ou) é que faz(fez) as guerras!!! Não são os princípios em si mesmos que se guerreiam, antes pelo contrário!

29/9/06 17:47  

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