Homosapiêncial

Nós somos o que pensamos. Muito mais do que imaginamos. Muito mais do que supomos. Mais ainda do que sentimos...

2007/01/27

Vitorino, o pinóquio português

Em declarações recentes, António Vitorino afirmou inequivocamente que o que está em causa no referendo do próximo dia 11 é, apenas e só, saber se uma mulher que interrompe uma gravidez deve ser presa.

Segundo o nosso pinóquio, “discussões filosóficas” sobre a origem da vida não têm interesse algum.

Ora como todos sabem, despenalizar é o mesmo que descriminalizar.

Se estamos a tratar de descriminalizar, estamos a dizer que o aborto deixa de ser crime e por conseguinte deixa de resultar em pena de prisão.

Para decidirmos em consciência se concordamos que o aborto deixe de ser crime, temos de analisar se o consideramos crime ou não.

Para tomarmos essa decisão, convinha esclarecermos se um embrião em formação com menos de dez semanas se pode considerar um ser humano, com direito a ver a sua vida protegida e garantida.

Só após isso é que pudemos definir se o aborto é um atentado à vida de um ser humano e se deve ser considerado crime.

Agora a minha dúvida é esta. Como é que vamos conseguir fazer isto tudo, quando "vitorinos" e outros que tal, não querem discutir nenhum destes assuntos?

Para eles está apenas em causa saber se uma mulher que aborte deve ser presa e tudo o resto é paisagem e não interessa ser discutido. São meras “discussões filosóficas”.

Fico com a sensação de que estão a esconder alguma coisa e isso num debate democrático é um entrave para que se chegue à melhor solução.

Revela que o importante é ganhar a batalha, independentemente dos “danos colaterais”.

Revela também que, se calhar a defesa dos direitos humanos não é o principal motivo deste “debate”. Escrevo debate entre aspas porque desde o início que alguns “pinóquios” o tentam delimitar estritamente ao que lhes interessa.

11 Comentários:

Blogger José Carlos Gomes disse...

Li hoje no Público um artigo interessante, no qual se explicita a origem da palavra "confusão". No início era um termo militar, que traduzia o acto de levar os adversários a dispersar: confundi-los para desuni-los, basicamente.

Isto é o que querem fazer os partidários do Não. Confundir as pessoas para desmobilizá-las de votar, porque sabem que a abstenção já lhes chega. E querem apenas confundir porque discutem se o aborto é bom ou mau, se há vida ou se não há vida. A confusão que querem instalar advém de um dado muito concreto: toda a gente sabe o que é um aborto, mas nem toda a gente percebe o que está em causa no referendo. O que está em causa é apenas a despenalização, mas se se conseguir intoxicar os espíritos, levando alguns a pensar que o que está em causa é ser contra ou a favor do aborto, confunde-se. E é por isso que eu não contribuo para essa discussão.

27/1/07 20:00  
Blogger Nuno Sal disse...

Pois, o que está em causa é a despenalização.

Como até tu já admitiste, despenalizar significa descriminalizar.

Para definirmos se o aborto deve ou não ser crime, segundo tu, devemos apenas decidir se a mulher deve ou não ser presa.

E ainda vens falar da arte de confundir?!

Shame on you!!!

28/1/07 14:47  
Blogger José Carlos Gomes disse...

És tão burro que ainda não percebeste que despenalizar é mais abrangente do que despenalizar. Foda-se! Assim não dás luta!

Só para ver se percebes: o consumo de drogas deixou de ser crime, foi descriminalizado. Mas dá direito a pena, que não é de origem criminal. Ou seja, não foi despenalizado. Portanto, a despenalização pressupõe a descriminalização e vai mais além. Ou seja, ao dizermos que o aborto será despenalizado, estamos a ir até ao limite que se pode ir no assunto.

29/1/07 00:07  
Blogger José Carlos Gomes disse...

Até me enervas!

O que eu queria escrever é que despenalizar é mais abrangente do que descriminalizar.

29/1/07 00:08  
Anonymous Anónimo disse...

Mais uma vez, o Marcelinho acerta no que diz não acham???

Vejam: http://www.youtube.com/watch?v=57yECQfSd3w&eurl=

Abraço

29/1/07 00:17  
Anonymous Anónimo disse...

Só uma pergunta:

Onde estão os tais partidos de esquerda que se fartam de encravar o país com argumentos de que querem justiça para os mais desfavorecidos? Não deveriam esses partidos neste caso lutarem pela vida humana em formação que está à mercê da mãe? Não basta que haja justiça para a mãe, mas para o filho... É que a mãe terá certamente idade para assumir as responsabilidades dos seus actos, já essa vida humana em formação nem sequer pode dizer um "Ai"!!!

Não sei, hesito... Já diz a conversa da treta!

Abraço pela VIDA!

29/1/07 00:22  
Blogger Nuno Sal disse...

Zé, não te vou chamar burro, porque seria demasiado ofensivo para... os burros.

Poderia tratar-te por asno!!! Seria mais suave, pese embora significasse a mesma coisa.

Mas como não tenho necessidade nenhuma de te ofender, não o faço.

Parece-me um pouco "idiótico" o texto que escreveste e de tão "idiótico" que me parece, fica sem resposta.

Qualquer pessoa que leia o que escreveste e que tenha dois dedos de testa, vai achar esse texto tão idiótico quanto eu.

29/1/07 02:27  
Blogger Nuno Sal disse...

Quanto aos nervos, toma um calmante que isso passa-te.

29/1/07 02:27  
Blogger Nuno Sal disse...

Regra geral, um crime pode ser uma infracção de um dever ou um acto repreensível que de alguma forma acaba por lesar terceiros.

No caso concreto do aborto, da forma que a questão foi colocada, temos de decidir se deve ou não haver pena para uma mulher que recorra a um aborto. Como o podemos fazer, ignorando a outra variável da equação? Se não se discute o direito do feto a ser protegido, enquanto lesado e sendo incapaz por si só de fazer valer o seu direito à vida, como podemos tomar uma decisão em consciência?

A Lei serve para isso mesmo. Para zelar que os direitos de todos mas principalmente dos mais fracos sejam preservados. Garantindo que ninguém se ache superior a outros por ter capacidades que esses não têm e faça o que lhe der na cabeça.

Segundo alguns "inteligentes" despenalizar implica (ou pressupõe como esses "inteligentes" dizem) descriminalizar.

Lógico.

Mas que grande novidade esses seres de "inteligência superior" nos vieram dar.

Para além de "inteligentes" são mentirosos.

Jogam com palavras, fazem perder tempo com discussões linguísticas, mas não conseguem esconder o principal.

Recusam sair dos temas que lhes convêm por mera cobardia e por saberem que se o fizessem, teriam de defender o indefensável.

Pinóquios como António Vitorino e outros "inteligentes" que por cá andam, que deviam ter vergonha de tentar manipular uma discussão para que decorra da forma que lhes dá mais jeito.

29/1/07 02:56  
Blogger José Carlos Gomes disse...

O inteligente Nuno até que nem é burro... tem é falta de uso!

29/1/07 09:37  
Blogger Nuno Sal disse...

Falta de uso, inteligente José!?

So se for falta de uso de argumentos limitativos que não permitem discutir o que verdadeiramente importa discutir.

29/1/07 12:52  

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