Homosapiêncial

Nós somos o que pensamos. Muito mais do que imaginamos. Muito mais do que supomos. Mais ainda do que sentimos...

2007/02/12

A derrota do Não

Apesar de previsível, foi com tristeza que vi ontem a confirmação da vitória do Sim no referendo.

Não fiquei triste por ser uma derrota pessoal. Ao contrário da generalidade dos defensores do Sim, que festejam ainda hoje como se estivessem a falar da vitória do seu clube de futebol, esta nunca foi para mim uma questão pessoal.

A tristeza prende-se com o facto de ver o meu país cometer um erro e, mais grave ainda, uma injustiça de proporções incalculáveis. O tempo fará ver que a solução apresentada nada trará de novo, para além do pequeno passo que se propôs fazer.

No discurso dos que “ganharam o jogo”, sempre presente o importante passo dado, rumo à tal “modernidade” que apregoam.

De facto esses devem sentir-se grandes vencedores por tão importante passo dado rumo à tão desejada (por eles) revolução de mentalidades. Afinal foi isso que sempre esteve presente no seu horizonte. Parabéns… conseguiram.

A tal “modernidade” para a qual nos querem encaminhar representa uma sociedade despida de valores, onde tudo é permitido e nada de bom se salva.

Por isso a minha tristeza.

Não quero viver numa sociedade assim, nem quero que nenhum de nós venha a viver esses dias.

12 Comentários:

Blogger José Carlos Gomes disse...

Podes sempre emigrar para a Polónia, para Malta ou para a Irlanda... Ou para um qualquer país do terceiro mundo.

12/2/07 23:53  
Blogger Nuno Sal disse...

Para quê?

Num país do terceiro mundo já eu vivo.

13/2/07 02:19  
Anonymous Anónimo disse...

Nuno

Lança o repto da pena de morte...
Que tal combater a morte com a morte?

Há países do primeiro mundo com pena de morte?

Viva o Bush e o Saddam!!!

Porque é que a Irlanda é um exemplo de desenvolvimento económico e só por ser fiel aos seus princípios é considerado terceiro mundista!

Não foi pelo comunismo que a Polónia ficou melhor... bem pelo contrário! Não fossem os valores daquele povo e já tinham sido esmagados...pela máquina do desenvolvimento!

13/2/07 09:46  
Blogger João Pedro disse...

"A tal “modernidade” para a qual nos querem encaminhar representa uma sociedade despida de valores, onde tudo é permitido e nada de bom se salva."

Falso. Poderá é representar uma sociedade sem os TEUS valores. Mas poderá passar a ser uma sociedade com os MEUS valores. Quanto a mim isso é positivo.

Também não quero viver numa sociedade assim. Por motivos diferentes dos teus. Uma sociedade profundamente marcada pela religião católica, com a qual nada me identifico e por isso ainda bem que me compreendes por eu também não gostar de viver numa sociedade assim. Se bem que hoje... já gosto mais um bocadinho.

P.S. Olha lá, e por o referendo ter sido contra o que defendes deixas de cumprimentar as pessoas é? :p

13/2/07 12:31  
Blogger Nuno Sal disse...

JB, os paíse com pena de morte devem ser dos mais desenvolvidos que pode haver. :)

Quanto ao resto, sempre ouvi dizer: "vozes de burro não chegam ao Céu"...

13/2/07 14:16  
Blogger Nuno Sal disse...

João Pedro, certamente que os valores que defendes não são o direito à vida nem a defesa dos mais desprotegidos.

O valor único que defendeste, foi o direito a uma mulher fazer um aborto, seja por que motivo for.

Se te preocupas tanto com esse problema, porque fizeste "ouvidos de mercador" a todas as soluções alternativas que foram surgindo?

Portugal pode ter o que se defendeu dos dois lados. Não fosse a intransigência de alguns.

Desculpa dizer-te isto mas por vezes fico com a ideia que tomas uma posição, porque tens de assumir uma posição diametralmente oposta à da Igreja.

Na tua vida tens atitudes que são exactamente as mesmas que são propostas pela Igreja. Falas e sempre falarás de algo que desconheces e que assumes ser de certa forma apenas por aquilo que ouves.

Tens atitudes que não se enquadram na proposta de vida que a Igreja Católica propõe. Mas isso quase ninguém consegue.

Apesar disso, não te identificas em nada com a religião Católica, apesar de te teres casado perante ela. E tens todo o direito de não te identificares.

P.S. Quanto ao P.S. teu, sinceramente não sei de que estás a falar. Se passei por algum sítio onde estavas e não falei contigo, certamente foi por não te ver.

13/2/07 14:34  
Blogger João Pedro disse...

1º porque todas as alternativas podem e devem ser levadas ainda em conta. Deve-se apostar mais que nunca no planeamento familiar. Isso não impede que se possa fazer uma IVG.

Modo geral as pessoas de bem têm atitudes que encaixam no que a igreja defende, ou vês alguem a andar por aí aos tiros? Há certos assuntos que vocês se revelam completamente diferente do que eu penso. E isso tem muito a ver com IVG, suícidio, eutanásia, preservativos e "outros", para além de tudo o que tem a ver com fés e milagres e cristo e Deus, etc...

Quanto ao casamento, caso não saibas, eu relembro. O meu casamento foi misto. Eu não me casei pela igreja, não sou batizado. Se tivesses estado atento os meus "dizeres" foram diferentes dos da Márcia. Nunca disse nada tipo em nome do espirito santo nem nada que invocasse Deus. Essas partes sairam do que eu tinha que dizer precisamente por ser misto!

13/2/07 17:18  
Blogger Miguel... disse...

Polonia= 3º Mundo? ok então mas na Rep.Checa e Hungria onde o aborto é legal já não é 3ºmundo?

13/2/07 21:08  
Blogger José Carlos Gomes disse...

Com esta gente, tem de fazer-se esquemas:

- Há a Polónia, a Irlanda e Malta.

- Há países do terceiro mundo.

- Se fossem todos do terceiro mundo, não os teria separado.

- A única coisa que une aqueles 3 países à maioria dos do terceiro mundo é a criminalização do aborto.

Entendido, meninos?

13/2/07 21:45  
Blogger Nuno Sal disse...

Para além de tiques de ditador, acumulas também com tiques de sabichão. Gostas de dizer que sabes tudo e gostas de fazer os outros passarem por burros. Enfim...

Claro que não disseste que são todos países do terceiro mundo, mas a ideia que queres fazer passar é que são todos "atrasados" por não defenderem a despenalização, ou liberalização segundo palavras tuas.

Se ser "terceiro mundista" representa defender o direito à vida e ter valores, então não me importava de o ser.

14/2/07 01:17  
Blogger McBrain disse...

É pena que a União Europeia seja uma sociedade assim, não é, Nuno?

É giro que quando em 1984 a lei foi alterada para o que é (ainda), foi um escândalo: vá lá uma mulher puder abortar naquelas circunstâncias!!! Se tivesses em 1984 a idade que tens hoje em dia, estavas lá...
Como não tens, estás pelo Não, do estilo "está tudo bem como está".

É assim o comboio dos conservadores: está tudo bem como está.(*)

Felizmente o mundo avança, com avanços...e recuos...

(*) - isto não é boca, é teoria política mesmo.

21/2/07 16:51  
Blogger Nuno Sal disse...

Mais uma vez não concordo quando dizes: "Como não tens, estás pelo Não, do estilo "está tudo bem como está".

Admito, como admiti muitas vezes que esta situação não estava bem.

Mas estou pelo Não, por entender que esta solução pouco ou nada resolverá.

22/2/07 15:27  

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