Homosapiêncial

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2008/06/20

100% de acordo

Como o tempo/motivação para escrever neste espaço é pouco, aproveito para transcrever aqui um texto que me mandaram hoje por mail e com o qual concordo inteiramente.

É de facto uma pena que uma das melhores e mais completas selecções nacionais de sempre tenha sido treinada tantos anos por um treinador que se despediu ontem com um banho de bola e uma lição táctica para mais tarde recordar.

É que infelizmente não basta motivar jogadores e fazer umas orações.

Para se ganhar é preciso saber e Scolari demonstrou mais uma vez não saber. Mas o burro não é ele, o burro era presidente de uma Federação de Futebol e mais burro será se ficar com pena da saída de Scolari.

Agora o novo burro tem nome russo e é presidente de um clube inglês. Mas cá estaremos para verificar que esse não vai demorar muito tempo a descobrir que fez uma burrice, sim porque agora é que se vai tirar a dúvida sobre a qualidade de Scolari.

Pessoalmente não sei se chega ao Natal, mas depois logo se vê.

Aqui fica então o texto:

"1. Uma lição táctica de Low, os anunciados (e mal resolvidos) erros defensivos de Portugal (dois golos de livre tirados a papel químico...) e um erro de arbitragem no malfadado terceiro golo alemão.

Eis o filme resumido de uma derrota, que Postiga retratou bem numa simples frase: "Fomos enganados."

2. A Alemanha começou a ganhar no balneário. Quando se discutia se Podolski iria jogar (se jogasse...) na esquerda do meio-campo ou ao lado de Klose no ataque, o treinador germânico surpreendeu. Em vez do habitual 4x4x2, a Mannschaft surgiu num surpreendente 4x2x3x1.

Resultado: Portugal entrou em delírio e demorou a recompor-se e a moldar as marcações. "Mas aonde é que se meteu esse tal de Ballack para eu lhe poder apertar os calcanhares?", deve ter-se então interrogado João Moutinho.

3. A estratégia germânica passou pela presença de dois médios defensivos normalmente pouco utilizados: Hitzlsperger e Rolfes, curiosamente dois canhotos. A mudança resolveu a falta de consistência defensiva, principalmente entre linhas. Mas não só. Permitiu que a linha de três homens à sua frente (Ballack na coordenação e Schweinsteiger e Podolski encostados às alas) ficasse bem escudada. E Podolski pôde manter-se naquele papel híbrido, que lhe permite dar profundidade na esquerda e, logo a seguir, alargar o ataque.

Mas Low ganhou a guerra a Scolari noutros pormenores. Portugal nunca pôde tirar partido das subidas de Lahm, que raramente se aventurou. E apostou nos desequilíbrios resultantes das subidas do central Mertesacker, como no lance de que resultou o livre do primeiro golo. Tudo junto permitiu que a Alemanha circulasse a bola com segurança.

4. Portugal recompôs-se, principalmente após Deco ter trocado de lado com o pigmeu e infeliz Moutinho e Ronaldo ter procurado terrenos mais interiores. O primeiro golo já aconteceu quando Portugal tinha equilibrado e criara duas jogadas interessantes.

Foi o suspeito do costume (Schweinsteiger não disse que Ricardo lhe garante boas recordações?) que o marcou. Os maus da fita foram Paulo Ferreira, que não seguiu em tempo útil o explosivo alemão (vá lá perceber-se por que era suplente) e Pepe e Bosingwa, que tiveram tempo para anular o centro venenoso de Podolski.5.

Era a primeira vez que Portugal se via a perder no Europeu (a derrota com a Suíça não conta). Não houve tempo para tirar conclusões, porque o segundo golo só demorou quatro minutos. Mais uma vez, o suspeito do costume (desta vez a marcar o livre) e a cabecinha de ouro de Klose a fazer o resto.

Um pormenor: antes de Schweinsteiger centrar, não havia um único alemão na área e, depois, Klose passou entre Bosingwa e Ronaldo sem pedir licença.

Scolari saiu do Euro sem resolver o problema das bolas paradas. Não foi por falta de avisos...

6. Bosingwa e Paulo Ferreira estiveram desastrados. Deram espaço demasiado aos adversários. O segundo melhorou na segunda parte, mas Bosingwa foi sempre uma barata tonta face às transições ofensivas dos alemães. Para se lhes ganhar, é obrigatório ter boa organização defensiva. A de Portugal parecia feita de imberbes.

7. O golo de Nuno Gomes trouxe a esperança. A Alemanha recuou um pouco o seu bloco defensivo, e Portugal entrou concentrado e a mandar.

Mas um livre como tantos outros deitou tudo a perder. Houve mérito (mais uma vez) de Schweinsteiger e custou ver o árbitro ignorar o manhoso empurrão de Ballack, mas quem tem o pior guarda-redes do Euro está mais sujeito.

8. As alterações de Scolari foram as que se impunham. Do outro lado estavam 11 alemães e qualquel risco mais temerário só apressaria a morte do artista.

9. Deco fez um jogo espantoso. Mais um. Está a ser o melhor médio ofensivo do Euro e foi de longe o melhor português. Cristiano acusou, como se desconfiava, o desgaste. Normal.

10. Portugal caiu no primeiro verdadeiro teste. E teve quase tudo a seu favor (sorteio, apoio, adversários...).

O próximo seleccionador precisa de arranjar um bom guarda-redes."

P.S. Apenas acrescento que no meu entender, no primeiro golo o Ricardo Carvalho também tem culpas porque ficou a meio do campo a olhar e nada fez.