Homosapiêncial

Nós somos o que pensamos. Muito mais do que imaginamos. Muito mais do que supomos. Mais ainda do que sentimos...

2008/09/25

O novo brinquedo

Um amigo meu já usou isto no seu blog e hoje em conversa no msn, deu-me o site. Site esse que, depois de eu o ter experimentado, passei a adorar.

Sinceramente, desde que começei a brincar com isto já chorei de tanto rir. Se quiserem experimentem, o site é: www.yearbookyourself.com

Aqui ficam alguma pérolas:






























Ora digam lá se estes moçoilos todos não têm pinta!!!

Peregrinação a Fátima 2008 (as fotos, o drama, o horror)

2008/09/14

Dia 7 - Raposeira a Fátima - 23 Km

Como a nossa peregrinação terminou com um retiro de fim de semana, de um grupo de jovens do qual somos animadores, só hoje pude escrever o que se passou no último dia desta nossa caminhada.

Tal como viram no título, pelas minhas contas, no dia anterior tínhamos ficado a cerca de 23 Km de Fátima. Por isso, no último dia andamos mais calmos, principalmente porque sentíamos que já nada nos conseguiria impedir de alcançar o nosso destino.

Sinceramente o mais difícil neste dia, foi mesmo ter de esperar cerca de três horas após o almoço, para continuar caminho. Sentiamo-nos tão perto, que quase doía não puder continuar logo a caminhar.

De facto, acho que nem duas horas esperamos e fizemo-nos logo à estrada. A meio do caminho encontramos uma placa a dizer "Fátima (peões)" e decidimos seguir por aí. Mais à frente informei-me com o dono de um café, se valia a pena aquele atalho. Ele disse-me que poupava cerca de dois quilómetros, mas que era sempre a subir.

Olhando para trás, não sei se valeu a pena seguir este caminho, que nos levou a passar por Santa Catarina da Serra porque, apesar de mais curto, foi bem mais complicado trepar aquela subida toda.

No entanto e quando passávamos por cima da A1, eis que surgiu no horizonte a torre do Santuário. Foi muito bom ver que finalmente e após sete dias de caminhada, Fátima era mesmo já ali!!!

Nos dias anteriores, tinha de parar várias vezes para tirar pedras do calçado. Neste dia, nem com pedregulhos do tamanho dos menires do Obelix eu parava. :) Foi sempre a andar...

Os últimos três quilómetros foram passados quase a correr. De tal forma que passado um pouco já tínhamos chegado a Fátima e daí ao Santuário, foi um tirinho.

Após tudo o que passamos, chegar aquele lugar onde se sente a presença de Deus, de uma forma tão intensa, trouxe-nos uma grande emoção. Sabem aquele aperto que se sente na garganta quando nos emocionamos muito?

Depois desse momento, foi parar e sentir uma paz de espírito enorme, um lavar da alma enquanto oravamos e olhávamos para a imagem de Maria.

Foi muito bom experimentar tudo o que se passou nestes dias. Acho que só mesmo quem já passou pelo mesmo é que pode saber do que estou a falar.

Nesse dia à noite, participamos nas celebrações. Pelos vistos nesta altura do ano não é habitual o Santuário encher, mas apesar disso ainda lá estavam uma largas dezenas de milhar de peregrinos.

Uma imagem que ficará para sempre gravada nas nossas memórias, é a da Procissão das Velas. Ao longe parece que um rio de estrelas caiu à Terra só para seguir a imagem da Nossa Senhora. Impressionante.

A noite foi passada numa casa de acolhimento das Carmelitas, perto do Santuário e com condições muito boas.

No dia seguinte, dia 13, aproveitamos para visitar a basílica nova e participamos na procissão do adeus. Honestamente, acho que esta celebração se torna um pouco "massuda", com cânticos enormes ou partes em latim, entre outras coisas que a tornam excessivamente longa.

Foi para mim muito mais sentido participar no terço do dia anterior. E tenho a dizer-vos que o terço em Fátima tem outro sabor. Não sei explicar porquê, mas tem.

E assim terminou esta nossa peregrinação a pé, esta semana de caminhada ao encontro da mensagem de Maria.

Foram sete dias que não vamos certamente esquecer nunca.

Engraçado foi fazer a viagem de regresso e ir vendo pelo vidro do carro, passar as placas que iam indicando tantas e tantas localidades por onde passamos dias antes, mas em sentido contrário e a pé.

É melhor não dizer quanto tempo demorei no regresso, porque não dá muito jeito ficar sem carta, mas chega a ser impressionante demorar tão pouco de carro, para fazer uma viagem que nos demorou quase uma semana a fazer.

Quero agradecer a todos os que por aqui foram passando, porque acreditem que também nos deram força para continuar. Não posso dizer que tenha sido um esforço enorme, mas houve algumas alturas em que o cansaço era grande e saber através deste espaço ou de mensagens e telefonemas que havia tanta gente a dar força, claramente ajudou a ultrapassar tudo.

A todos o nosso obrigado pelo apoio e amizade demonstrados. Acreditem que também estiveram connosco, em pensamento e oração, ao longo destes dias.

Falando agora de coisas menos sérias, no campeonato da bolha e tal como já se previa, não houve mais novidades. Ganhei com um claro 3-2 em bolhas e por isso fico agora a esperar que me seja paga a francesinha que tanto mereço.

Quero agradecer a todos os que acreditaram em mim, desde sempre e dar uma palavra de reconhecimento à minha oponente, porque até deu alguma luta e afinal acabei por ganhar apenas pela margem mínima.

Mas também aqui é assim... por uma bolha se ganha, por uma bolha se perde.

Ao meu pai, um obrigado pela disponibilidade.

À Dona Dina, mais uma vez obrigado principalmente pelo exemplo de espírito de ajuda e deixo-lhe também a certeza de que a sua Avé-Maria foi rezada.

Quando tiver algum tempo, publico aqui algumas fotos destes dias.

Então e pela última vez em relação a esta peregrinação, até já. ;)

2008/09/11

Dia 6 - Marinha das Ondas a Raposeira - 29 Km

Consegui aceder à net a tempo de puder contar o que se passou neste dia, antes de o mesmo acabar. Não graças á TNN, porque não tive tempo para ir a Leiria tratar da reparação, mas porque encontrei na Figueira um sitio onde o posso fazer.

Pois é meus amigos, este foi o penúltimo dia desta peregrinação e logo a começar, tivemos uma má notícia. Estava a chover.

Não que fosse uma chuva muito forte, era antes aquele tipo de chuva a que costumo chamar de "molha tolos". E como nós os dois o somos, nada mais adequado.

Pior que a chuva "miudinha" era o spray libertado pelas rodas dos carros e camiões que iam passando por nós. Um valente banho logo para começar.

A certa altura, ainda na N109 a caminho de Leiria, encontramos um senhor já com uma certa idade, que nos cumprimentou e exclamou algo do género: "Então a caminhar com esta chuva?!!!"

Depois disso eu perguntei-lhe se sabia quantos quilómetros faltariam para Leiria. Ele perguntou se íamos para Fátima e quando eu lhe disse que sim, ele respondeu que então não era preciso ir mesmo a Leiria. Ao chegar a uma terra mais à frente, chamada Guia devíamos virar à esquerda e apanhar uma estrada municipal, porque por aí era mais perto.

Há quem ache que estas coisas acontecem por acaso. Eu acho que não.

O que é certo é que esta dica, pelas minhas contas poupou-nos certa de 14 Km. E acreditem que para quem já fez quase 200, poupar as pernas a mais 14 Km é MUITO bom...

Ainda confirmei com outra senhora mais à frente o caminho e ela disse-me que o pessoal destas bandas vai sempre por ali.

Por isso estou em condições de afirmar que caminho mais curto do Porto a Fátima, não deve haver.

Pouco depois a chuva passou e com o avançar do dia, até não se esteve nada mal.

Tínhamos como grande objectivo para hoje, "comer" o máximo de quilómetros em falta para Fátima. Posso agora dizer-vos que estamos a... Nahhh!!! Hoje não digo.

Amanhã eu conto tudo.

Quanto a peregrinos, ainda não vimos nenhum, mas hoje já contactamos com pessoal dos carros de apoio. Portanto e apesar de ainda não ter provas da existência de peregrinos, acredito que eles existem mesmo. :)

Vamos a ver se amanhã finalmente encontramos alguns. Certamente que sim.

Foi engraçado encontrar já no final do dia umas senhoras numa dessas carrinhas de apoio, que eram de Nespereira. Perguntei-lhes se faltava muito. Responderam que era já ali... Malandras.

Este caminho, para além de mais curto, era também bastante mais calmo, o que facilitou a oração. Convenhamos que rezar, enquanto passam por nós dezenas de veículo, não é nada fácil.

Hoje perguntei à Sandra se aceitava a derrota eminente no campeonato da bolha, mas ela afirmou e passo a citar. "A bolha é redonda e é um para cada lado".

Depreendo que não esteja pronta para aceitar a derrota eminente. Amanhã falamos sobre o resultado final e sobre o prémio. Sim porque tem de haver sempre um prémio para o vencedor.

Então até já.

Dia 5 - Tocha a Marinha das Ondas - 36 km

Numa palavra, este dia traduziu-se em cansaço.

Quem me mandou a mim andar a dizer que por este lado não haviam subidas?!!! Antes de chegar à Figueira da Foz, levamos logo com um Prémio de Montanha de 1ª Categoria, só para nos tirar a tosse.

Para a próxima fico caladinho.

Depois da Figueira e já a caminho de Leiria, o percurso foi sempre a subir, embora de forma pouco acentuada.

Por esse motivo, as nossas contas sairam furadas e para compensar tivemos de andar até às 20:30!!!

Mas valeu a pena, porque conseguimos chegar ao final de etapa previsto, e isso foi muito importante.

O problema foram as dores nas pernas e respectivos pés, que se seguiram. Depois de todo o cansaço acumulado, levar com esta etapa, foi, digamos assim... durinho.

De tal forma que depois de jantar decidimos ir ao Hospital da Figueira que ficava perto.

No Hospital tivemos um atendimento 5 estrelas... ou então não.

Logo na recepção e enquanto eramos atendidos por uma senhora que mal sabia teclar num computador, saiu uma moça a chorar baba e ranho, queixando-se que o médico lhe tinha apertado imenso o dedo que lhe doia.

Na sala de espera, chegou uma senhora a queixar-se que o médico que a atendeu era um bruto.

"Isto promete" pensei eu.

Quando chegou a minha vez e após a triagem, fui atendido por uma médica que, olhou para o meu tornozelo, e disse que tinha uma entorse. Como tal teria de parar com a caminhada.

Olhei para ela e tive de conter o riso. Não sou médico, mas penso saber distinguir uma entorse, de cansaço muscular. E então que dizer do método de diagnóstico visual, adoptado pela dita médica... Enfim, é o país que temos.

Para o fim, guardei o melhor.

Após vários ataques flanqueados, finalmente a Sandra conseguiu empatar em bolhas. O marcador electrónico apontava assim para um empate a duas bolhas.

Mas já perto do final da etapa, num contra-ataque fulminante, eu surpreendo tudo e todos e volto a colocar-me em posição de vantagem.

Por isso, meus caros e minhas caras. neste momento continuo à frente por 3 a 2.

Resta-me agora gerir o resultado, porque o jogo está quase a acabar.

P.S. Um destes dias vou publicar um post, só com fotos. Nesse post irão aparecer uns caracois, meios esgroviados, que estamos constantemente a encontrar agarrados a barras de ferro, postes de plástico e tudo o que esteja ao alto. Que raio de bichos mais estranhos...


P.S.2 - Em relação a peregrinos, para já nada mais que sinais da sua passagem. Sinais de alguma sujidade e falta de respeito pelo meio ambiente, ao bom estilo luso.

Então até já.

2008/09/10

Dia 4 – Vagos à Tocha – 34 km

Hoje ultrapassamos uma marca importante, pois já andamos mais de metade do percurso!!! Já falta pouco, o pior já passou.

Foi mais um dia de pé na estrada, a caminho do nosso destino.

Fisicamente, apareceram alguns problemas. De manhã eu tinha o tendão de um calcanhar inchado e a Sandra andava-se a queixar de um gémeo. Até fiquei a pensar que ela tinha outro irmão, mas depois percebi que era um dos músculos da perna. :)

Estamos a ficar velhos para estas coisas, é o que é…

Ao contrário do que temia, o dia de hoje estava bom para a praia. Infelizmente para nós, praia nem vê-la, só estrada e mais estrada e ainda um bocadinho de… digamos… estrada.

Estava muito calor mesmo, o que nos fez ter de esperar mais um pouco para a hora de maior calor passar.

No entanto acho que a partir do próximo dia, vamos ter uma ajuda de peso, porque as sombras à beira da estrada, no pinhal de Leiria, certamente darão muito jeito para fugir do Sol.

Sombra vamos ter, mas peregrinos não sei se iremos encontrar algum até ao destino. Até à data, nem um para amostra. Já começamos a pensar que seremos os únicos no Santuário!!!

Talvez se deva ao facto de andarem por outras paragens, não sei.

Tem sido engraçado ver algumas pessoas que passam de carro por nós, a acenarem ou a dar uma buzinadela de incentivo. Parece que não, mas sempre dá mais algum alento para o caminho que falta.

De futuro, quando passar por peregrinos, vou ter o mesmo gesto para com eles, porque sei que irão gostar.

Hoje, como ainda tínhamos algum fôlego, fomos um pouco mais além da Tocha. É como costumo dizer, passo dado hoje, já não se dá amanhã.

Depois seguimos de carro até à Figueira da Foz, que fica perto, para passar a noite numa casa alugada. Aliás, vamos cá passar três noites, até à última que será passada em Fátima, se Deus quiser.

E agora, a notícia porque mais esperavam!!! Não, a Sandra ainda não está grávida… Estou a falar do campeonato da bolha. Hoje, após muitas tentativas, consegui arranjar outra bolha!!! YESS!!!

O mindinho do pé esquerdo, não quis ficar atrás do seu “irmão” do pé direito e vai daí, meteu-se debaixo do dedo do lado e consegui assim o grande objectivo. Estar a ganhar em bolhas nos pés, à Sandra.

Ela anda triste e desanimada. Por isso agora anda a dizer que ela é que é forte e tal. Enfim… mau perder é o que é.

Por falar na minha senhora, vou ver se a convenço a escrever aqui algumas linhas. Talvez no texto de amanhã.

E por falar em texto de amanhã, certamente terão reparado que os textos estão a ser publicados com um dia de atraso. Paguei 54 euros por uma net móvel que não funciona, mas que todos os males sejam como esse.

“Olá!!! Sou eu, a Sandra. Tive de pôr o Nuno a dormir, para escrever aqui algumas verdades que têm de ser ditas.

Devido ao cansaço o Nuno tem cometido alguns erros, nomeadamente anda disléxico. Coitado, são as bolhas, a dislexia… Já não se fazem homens como antigamente!!!!

Eu cá vou indo bem. ;)

Queria agradecer o apoio que temos recebido, pois é muito importante para nós!

Beijocas”

Então até já.

2008/09/09

Dia 3 - Avanca a Vagos - 37 km

Este foi até ao momento, o dia que mais quilómetros percorremos. Para além disso, já ontem era um pouco assim, mas hoje ainda se tornou mais evidente que o que custa não é andar. A maior dificuldade é começar a andar depois de se ter parado.

Os músculos arrefecem durante o descanso e quando lhes é pedido para recomeçar, aí é que elas mordem!!!

Para tentar combater isso, há que aproveitar os momentos de descanso para nos besuntarmos com pomadas e mezinhas. Pronto, a parte das mezinhas é mentira, porque nós somos gente da cidade e não usamos dessas coisas. :p

Se me lembrar, hei-de colocar aqui o nome da pomada que andamos a usar. É “munta” boa!

Mas este dia fica marcado pela entrada na minha vida, daquilo que passei a considerar a maior invenção DE SEMPRE, da humanidade.

Não, não estou a falar de ir à Lua, nem de nenhum super computador, nem sequer da escrita nem de nada que se possam lembrar…

Estou a falar de… separadores de dedos em silicone!!!

É O MELHOR QUE HÁ!!!!!

Como sabem a minha bolha tinha sido criada por ter um dedo que insistia em se colocar por baixo do “vizinho do lado”. Pois hoje esse “encavalitanço” acabou de vez. Fui a uma farmácia perguntar se tinham algo parecido com o que eu julgava ter inventado.

E não é que tinham mesmo.

Este pequeno pedacinho de silicone mudou a minha vida!!! Ou então mudou só o conforto dos meus pés, durante a peregrinação. Whatever...

Estou tão grato a esta pequena maravilha, que vou colar um enorme autocolante no vidro de trás do meu carro a dizer “I LOVE SEPARADORES DE DEDOS EM SILICONE”

Existe também a ideia de criar um clube de fãs, do qual eu seria o sócio número um, mas para já vai ter de esperar porque ainda tenho de andar mais um bocadinho.

Agora falando a sério, de facto isto veio ajudar-me imenso, porque senão iria ter mais problemas com aquele dedo.

Andamos todo o dia na Nacional 109, embora em algumas alturas a nossa nova amiga tenha mudado de nome. Penso que sofre de dupla personalidade, ou qualquer coisa assim do género.

O pior foi ao passar por Aveiro. A pacata e saloia N109, tornou-se excessivamente moderna, cosmopolita até, cheia de tráfego a alta velocidade. Houve ali um quilómetro que meteu algum medo, mas graças a Deus que tudo correu bem.

Depois disso, a N109, voltou a ser pacata e saloia, tal como nós gostamos dela.

Quando andei a fazer pesquisa para recolher informações relacionadas com a peregrinação, encontrei um blog onde o autor dizia que sempre que tinha alguma pedra nos sapatos, parava para a tirar.

Sinceramente já não tenho pachorra para parar tantas vezes…

Estou até decidido a pôr à prova a minha nova teoria de que, nem usando um fato espacial da NASA se consegue evitar que estas pedras entrem nos sapatos.

E “prontos”, o dia tem sido passado assim, com alguma dificuldade, mas nada que se compare ao que imaginávamos que viesse a ser.

O grande receio que tínhamos, era que tivéssemos algum problema ou que as dores se tornassem muito incomodativas, mas para já lá se vão aguentando.

Ao longo do percurso, temos usado algum do tempo para rezar. Rezar por aqueles que precisam, por aqueles que fazem parte da nossa vida, se calhar por alguns de vós.

Achamos que faz todo o sentido incluir a oração na nossa caminhada e é uma forma muito boa de usar o tempo que vamos tendo.

Por falar em tempo, ao fim do dia haviam algumas nuvens no céu que ameaçavam chuva. Até agora temos apanhado sempre bom tempo e espero que não tenhamos de usar os impermeáveis que compramos. Mas não sei, não…

Por fim e quanto ao campeonato da bolha, no final deste dia, as coisas continuam empatadas. Eu mandei uma bolha ao poste e a Sandra falhou um penalti, ao mandar a bolha para as bancadas. A emoção está ao rubro.

Como sabem estou com problemas na net móvel e por isso não sei quando poderei publicar os textos.

Sendo assim, até já (se encontrar net em qualquer sitio).

2008/09/08

Dia 2 - Espinho a Avanca - 29,8 Km

Devido a problemas com a placa de Internet móvel, só agora pude aceder à net. Após contactar o apoio da TMN, fiquei a saber que por telefone não me poderão ajudar e foi-me dado o contacto da cidade mais próxima onde o podem fazer.

Fica em Leiria!!!

Calha bem, pensei eu. Lá para quinta-feira chego lá a pé, por isso não deve haver problema nenhum... enfim.

Aqui fica, com algum atraso o relato do que se passou ontem. Não sei se hoje à noite ou amanhã terei net de novo, mas quando tiver, publico aqui o que se vai passando.

O segundo dia de caminhada começou onde tinha terminado ontem, na estação de Espinho.

Felizmente e ao contrário do que temia, hoje a estação de Espinho estava no mesmo sítio. Ainda bem, porque não estava com vontade nenhuma de começar logo a ter de andar mais 100 metros do que o necessário.

Saindo de Espinho, tivemos um primeiro contacto com a nossa nova companheira de viagem.

Falo obviamente da Nacional 109, que hoje nos acompanhou ao longo do restante percurso. É uma estrada boa, com as curvas todas nos devidos sítios, mas também com longas rectas, que uma pessoa que me acompanha e cuja identidade não vou relevar, não gosta muito.

Diz essa pessoa, cuja identidade não vou relevar, que custa olhar lá para o fundo e ver o que ainda falta para lá chegar. Enfim, coisas de mulher... Ups!!! Já estou a dar muitas dicas em relação à identidade que não vou relevar. :)

Aproveito também para dar uma dica, no caso de futuramente quererem fazer uma caminhada destas. Sempre que encontrarem na berma, piso em areia, terra, erva, caruma ou pedacinhos de algodão (neste caso é raríssimo), aproveitem para andar por lá. O atrito é menor e ao fim de alguns quilómetros tudo conta para chegar bem ao fim.

Paralelos, asfalto, gravilha e outros que tal, é fugir deles. O grande problema é que temos de levar na esmagadora maioria com os ditos, mas tudo bem.

Estou até a desenvolver um projecto para criar caminhos para Fátima com piso em esponja e isolados do meio ambiente. Obviamente que a climatização seria feita por ar condicionado. Isso sim é que era qualidade de vida enquanto se peregrina.

Chegados a Avanca, voltamos para trás de carro até perto de Ovar, para uma casa onde iríamos passar a noite. Encontrei esta casa na net e logo da primeira vez que contactei a dona, ela disse-me que não iria aceitar dinheiro nenhum pela estadia.

Mais, a casa onde ficamos é a casa onde ela mora. Hoje e amanhã ela vai dormir a casa dos pais, porque a outra casa que ela tinha para alugar, já estava ocupada.

Nem tenho palavras para expressar a minha gratidão à Dona Dina por tudo o que tem feito para nos receber muitíssimo bem.

Não se trata de poupar dinheiro, porque faço tensões de pelo menos lhe pagar as despesas que teve com a nossa estada.

Trata-se de ver que ainda há pessoas de bem neste Mundo, que ajudam os outros sem pretenderem nada em troca.

A bem da verdade, a Dona Dina pediu-nos uma coisa. Que rezemos por ela uma Ave-Maria em Fátima, porque ela há muitos anos que lá queria ir, mas devido a um problema de saúde, nunca o pôde fazer.

Se Deus nos der força, certamente que o faremos com todo o gosto.

Mais engraçado ainda é o facto de o pai dela ser natural da Beira Baixa, mais concretamente de uma aldeia que fica perto da aldeia onde o meu pai nasceu. Foi vê-los aos dois e à mãe da Dona Dina a conversar sobre as mais variadas pessoas que são conhecidas de ambos.
De facto o Mundo é mesmo pequeno.

Para terminar e em relação ao dia de hoje, passou-se bem. Algum cansaço muscular, mas nada que não se aguente. E o ânimo na comitiva é cada vez maior visto já só faltarem cerca de 153 km para lá chegar. É um tirinho.

A Sandra é que não esteve com meias medidas e quis empatar comigo no número de bolhas nos pés. Devido a um calo antigo, hoje ganhou uma pequena bolhitazinha de nada. De facto foi uma bolha normal mas ela está ao meu lado a “chagar-me” a cabeça para eu dizer que a bolha é pequena.

Isto está 1-1 em bolhas e está bem renhido. Por isso neste momento digo como o outro:

Prognósticos só no fim do jogo.

Então até já.

2008/09/07

Dia 1 - Ermesinde a Espinho - 30,5 Km

Finalmente o grande dia chegou e felizmente as ameaças de chuvas torrenciais dos últimos dias não se confirmaram. Os senhores e as senhoras que trabalham no Instituto de Meteorologia, não raras vezes se enganam, mas hoje ainda bem que assim aconteceu.

Logo nos primeiros quilómetros, passamos por um grupo de peregrinos que iam até à Santa Rita a pé. "Sortudos" pensei eu. Afinal para eles o caminho estava quase a terminar e para nós ainda havia muita estrada a percorrer.

Chegados ao Marquês, no Porto, estávamos já de rastos e decidimos com muita pena, cancelar esta peregrinação. Não havia mais nada a fazer, as dores já eram insuportáveis e tivemos mesmo de atirar a toalha ao tapete...

Nahhhh!!! Nem pensar nisso. Acham que somos assim tão fraquinhos? :)

Sinceramente, para primeiro dia, nem correu nada mal. Tirando uma pequena bolha que insistiu em se colocar no meu dedo mindinho, e do habitual cansaço muscular próprio destas situações, a coisa lá foi correndo.

Por causa da air race, tivemos de fazer o percurso pela Ponte do Infante. Já em Gaia e ao chegar à Avenida da República, encontramos um restaurante que anunciava na vitrina umas sardinhas com arroz de feijão. Olhamos um para o outro e nem pensamos duas vezes. Estavam uma categoria... as sardinhas claro.

Após o almoço e como mandam as regras, estivemos parados para fazer a digestão e também para evitar as horas de maior calor. Só voltamos à estrada às 15:30.

Perto do quilómetro 23, o meu tornozelo lembrou-se de "acordar" e dar-me umas picadelas, só para eu não me esquecer dele. Nada que uma boa pomada não tenha resolvido, para ele perceber quem manda aqui. :)

Fizemos a marginal de Valadares e depois seguimos por uma estrada junto à linha do comboio, praticamente até ao nosso destino de hoje.

Não sei como a Sandra me aguentou ao longo de todo o caminho a "chagar-lhe" a cabeça para desistir. :p Acho que quase um ano de convivência matrimonial já lhe dá muita capacidade para me aturar.

Fomos sempre conversando, e sempre muito animados e com isso o tempo foi passando e a distância foi-se reduzindo mais facilmente.

Chegados a Espinho, deparamo-nos com aquilo que eu penso ser uma cabala da CP, para nos impedir de chegar a Fátima.

Então não é que Espinho tem uma nova estação, que fica cerca de 100 metros para lá do local onde antigamente se "apanhava o comboio"!!!!!!!

BANDIDOS!!!!

Anda um gajo 30 km num dia e quando chega à estação para ir para casa jantar e dormir, ainda tem de andar mais 100 metros.

Mas tudo bem. Serramos os dentes e lá fomos nós andar mais um bocadinho. Apanhamos um comboio e viemos a ver pela janela partes do percurso que tinhamos feito. Só que agora, a paisagem passava um bocadinho mais depressa.

A janta foi em casa da mamã, ainda fui tratar da bolha no dedo e comprar mais algumas coisas ao Continente.

Como o destino de hoje era relativamente perto e com facilidades a nível de transportes, optamos por vir passar a noite a casa.

Agora é tentar recuperar ao máximo, porque amanhã é outro dia.

Então até já.

2008/09/06

Fátima é já ali

Alguns amigos já saberão que eu começo hoje uma peregrinação a Fátima a pé, com a minha senhora. Antes de mais, queria esclarecer que não se trata de o fazermos para pagar alguma promessa que tenhamos feito.

Embora respeite quem o faz por promessa, entendo que a gratidão e a Fé em Deus se podem manifestar de outras formas, nomeadamente ajudando a minorar o sofrimento de muitos.

Esta ideia já é antiga e felizmente a minha senhora sempre a partilhou comigo. Digo felizmente porque é um bocadinho mais fácil organizar uma coisa destas, quando a outra pessoa também o quer fazer.

Essencialmente, vamos a Fátima porque sentimos vontade de lá chegar, porque queremos partilhar esta experiência, porque queremos ter um momento para parar com a agitação do dia-a-dia e encontrarmo-nos com nós mesmos e com Deus.

Pessoalmente, desde há muitos anos que sinto esta vontade cá dentro de fazer este caminho. Já desde os tempos de pequenino, em que ficava a olhar para o ecrã da TV, a ver as cerimónias em Fátima.

É algo que não consigo explicar mais por palavras.

É algo que se sente.

Os últimos dias têm sido passados a ultimar preparativos, visto não irmos inseridos em nenhuma organização de peregrinos. Vamos nós os dois a caminhar e o meu pai vai de carro para nos dar apoio.

Tenho notado algumas reacções de espanto em algumas pessoas, quando digo que vamos por nossa conta e risco. Sinceramente não percebo porquê, porque durante muitos e muitos anos era assim que se fazia e as pessoas chegavam lá na mesma. E se não tivessem de chegar, não seria certamente nenhuma organização que iria fazer o caminho por elas.

Por isso mesmo e se Deus quiser, na próxima sexta-feira chegaremos ao nosso destino.

Certamente que é mais cómodo ir com outras pessoas num grupo, mas como tudo na vida, há vantagens e desvantagens em ambos os casos. A ver vamos.

Para além de tratar de alojamentos e tudo o resto necessário para esta situação, os últimos dias foram também para ir preparando as pernas e os pés para o que aí vem.

Há já muito tempo que não andava tanto e apesar de no primeiro dia me ter custado um pouco, acho que, na medida do possível estou preparado. Se é que há algum tipo de preparação que se possa fazer que seja verdadeiramente eficaz.

Tenho algum medo de um joelho e de um tornozelo que, fruto de lesões contraídas a jogar futebol com amigos e que não foram devidamente tratadas, às vezes dão-me umas dores de cabeça. Por isso, não sei como vão reagir a este esforço mas, como dizia o poeta, o caminho faz-se caminhando e eu concordo com ele.

Tenho a pretensão de todos os dias ir colocando aqui o que se passou, por onde andei, se ainda estou de pé ou se já só ando de rastos e outras coisas que considere relevantes.

Se calhar vou estar tão cansado que nem vou conseguir escrever nada. Amanhã à noite já vos digo qualquer coisa.

Então e como dizem na TMN, até já.