Estou farto de estragar guarda-chuvas este ano. Ando mais ou menos com uma média de um guarda-chuva por cada dia mais ventoso. Chego à conclusão que, de facto, abrir guarda-chuvas dá azar, mas não se for dentro de casa. O azar é quando temos de os abrir na rua.
Não sei que mais fazer. Já tentei todas as técnicas possíveis e imaginárias para lutar contra o vento mas esta temível força da natureza tem levado sempre a melhor.
Mas pergunto. Será que o vento tem vindo a aumentar a sua intensidade ao longo dos anos? Não me parece. Sempre houve dias mais ventosos. O problema são mesmo os desgraçados dos guarda-chuvas, que não prestam para nada.
Antigamente sim, os guarda-chuvas eram feitos para durar.
Vejam lá que o pai da minha digníssima futura esposa possui um guarda-chuva que era do pai dele. Tem dezenas de anos e ainda está ai para aguentar com tornados e furacões.
Pronto, talvez não aguente assim tanto mas, pelo menos não se desfaz nas mãos com uma brisa mais encorpada. Já tentei comprar o referido guarda-chuva, através da minha digníssima, mas o Sr. não se quer desfazer de tal raridade. Ainda para mais, por ser uma recordação do seu pai.
Não creio que algum dia um filho meu venha a ter como recordação minha um guarda-chuva… a não ser que esteja todo partido o que, diga-se de passagem, não é assim um grande objecto utilizável, para recordar um pai.
Ia ser uma bela recordação, sim senhor! :)
Os que se compram nos chineses, têm uma média de duração de 0,34525 milissegundos.
Mas não pensem que se gastarem 10 ou 15 Euros num guarda-chuva, têm melhores garantias de resistência.
A questão é que hoje em dia, as coisas não são feitas para durar. Se um guarda-chuva durasse dois anos ou mais, essa máfia que se alimenta do negócio da vareta fraquinha, deixava de ganhar rios de dinheiro.
Mas estou decidido a dar luta. Se tiver tempo, numa próxima oportunidade conto-vos o meu plano para pôr cobro a esta roubalheira. Não sei se funciona, mas como plano parece-me bastante razoável.
P.S. Lembram-se de, nos longínquos tempos da nossa infância, haver um Sr. que calcorreava as ruas de Ermesinde para arranjar os guarda-chuvas? Trazia consigo uma gaita na qual tocava, para avisar os moradores da sua passagem.
É engraçado, pois esse é um dos sons da minha infância que provavelmente nunca mais irei ouvir.
O que terá acontecido a esse Sr? Provavelmente foi eliminado pela máfia da vareta fraquinha…