Homosapiêncial

Nós somos o que pensamos. Muito mais do que imaginamos. Muito mais do que supomos. Mais ainda do que sentimos...

2007/02/28

O puto Michelin

É verdade, ele existe. Tem NOVE anos, é inglês e pesa… NOVENTA QUILOS!!!!!

Ontem no Telejornal deparei-me com esta notícia, no mínimo caricata. Ao que parece, um miúdo inglês, aos nove anos de idade, já tem uns “razoáveis” 90 quilos de peso.

Apesar deste peso “ligeiramentezinhamente” exagerado, coisa pouca para um puto na sua idade, a noticia não teve só esse ponto de interesse.

Primeiro filmaram o puto a comer e como devem ter adivinhado, tratava-se de uma refeição equilibrada, à base de hamburgers e batatas fritas e umas sandes à mistura. Com o desenrolar da notícia, fiquei a saber, para meu espanto, que o dito puto não conseguia desenvolver uma actividade física (fosse ela qual fosse) por períodos superiores a 10 minutos. Se o fizesse parece que começava a abafar e ficava com náuseas. Estranho de facto que um puto com um peso tão “normal” como o dele, tenha esse tipo de problemas.

Mas o que mais me chocou, foi a entrevista há mãe. A cuidadosa senhora, afirmava saber que a assistência social podia tirar um filho da sua família se verificasse que este estava a ser maltratado mas, no caso dela, não entendia como isso lhe poderia acontecer.

Afinal segundo palavras da cuidadosa mãe, se ela maltratasse o filho, ele seria esquelético.

De facto ele de esquelético não tinha nada, tinha apenas uns quilitos a mais!!!

Sendo assim e ainda segundo a opinião da cuidadosa mãe, ora como o filho dela não é esquelético e não passa fome, aquele não poderá ser considerado um caso de maus-tratos.

Esquece a cuidadosa mãe, que está a matar o filho ao afogar o seu corpo de nove anos em gordura.

Que bela e cuidadosa mãe…

Há pessoas que de facto para mães não têm jeitinho nenhum. Esta cuidadosa senhora é uma delas.

Apenas espero que de facto, as autoridades competentes do país de Sua Majestade tomem as medidas necessárias para resolver esta situação.

2007/02/19

Ditador ou Salvador???

O programa do canal 1 "Grandes Portugueses" já tem feito correr muita tinta, mas até à data tinha-me passado um pouco ao lado.

Mas hoje vi um spot que me perguntava se achava que Salazar foi um ditador ou um salvador.

Em jeito de brincadeira, como diria o António Feio no filme "Conversa da Treta": "Não sei...hesito..."

Mas que raio de pergunta é esta?

E qual será a próxima pergunta?

"Cunhal... queria ser ditador ou um verdadeiro democrata?"

2007/02/16

O Jardim dos tomates


Alberto João Jardim afirmou que é preciso ter tomates em certos assuntos, referindo-se ao facto de puder vir a declarar inconstitucional a alteração da Lei da I.V.G.
É caso para dizer que há alguns que até podem ter tomates... não têm é cérebro.

2007/02/15

Um sinal de esperança

Fiquei contente com as declarações proferidas pelo nosso Presidente da Republica.

Nessas declarações, deu a entender sem sombra de dúvidas que o governo não pode querer impor ditatorialmente o que quer fazer em relação à despenalização do aborto.

É certo que o P.S. detêm a maioria na Assembleia, mas a posição que tem vindo a assumir, revela uma total falta de intenção de diálogo. E isso vai contra os princípios democráticos do nosso país.

Não digo que Cavaco Silva deva legislar, pois essa não é uma das suas competências. Mas concordo plenamente com o que disse. Nesta matéria, que tanto divide os portugueses, deve-se procurar consensos. E ficou no ar a promessa de garantir que esses consensos serão procurados.

Sinal claro para José Sócrates ter em mente que deve ouvir todos os contributos de todos os vectores, antes de apresentar a proposta de alteração de Lei.

2007/02/14

Sócrates diz Não… ao aconselhamento

Alguém ouviu as declarações de Jorge Coelho no programa “A quadratura do Circulo” na SIC Noticias referente ao aconselhamento a dar a mulheres que queiram abortar?

Foi do género: Deve haver aconselhamento… mas afinal não deve haver… o que deve haver é uma consulta… onde se aconselhe… ou então não… porque aconselhar não é preciso… preciso é haver uma consulta… onde se aconselhe… mas não se deve aconselhar.

Tudo isto porque foi confrontado com o facto de José Sócrates ter afirmado que não haverá aconselhamento para ninguém. E este facto é o mais grave de tudo.

E o que pensará Maria de Belém e outros socialistas que vieram a publico afirmar ser fundamental que o Estado providenciasse aconselhamento a quem quisesse abortar?

Lembro-me com vontade de rir das conversas com defensores do Sim que diziam que estava enganado ao dizer que se o Sim ganhasse passavam a haver abortos livres e não se faria mais nada.

Afinal e a julgar pelas recentes declarações do nosso Primeiro Ministro, é isso mesmo que irá acontecer.

Afinal que ajuda estamos a dar às mulheres? Achamos que basta permitir-lhes passar por uma experiência traumatizante, sem lhes dar nenhuma alternativa, fornecendo apenas o apoio médico do Estado?

Que solução é esta?

O que sentirão aqueles que votaram Sim por defenderem mudanças e esperarem que se lutasse por resolver verdadeiramente o problema?

É que afinal, aconselhamento já sabemos que não haverá. E ficamos a saber isso dois dias após o referendo. Que mais desilusões virão por aí?

Ui que começam a falar dos problemas!!!

Desde Domingo que tenho vindo a ouvir falar de assuntos que até essa data eram uma espécie de tabu e dos quais ninguém que defendesse o Sim queria falar ou então negava a sua existência.

Estranho que logo após os resultados se tenha acordado, no Canal 1 para o problema que vai ser receber os novos “actos médicos” no sobrelotado Serviço Nacional de Saúde.
Ao que parece, não será fácil a um sistema sobrecarregado e a rebentar pelas costuras, passar a ter, como que por magia, meios humanos e logísticos para dar resposta a estas situações. É caso para exclamar... dahhhh!!!

Da noite do referendo, creio que as declarações mais estapafúrdias saíram da boca de Maria de Belém Roseira. Começou por dizer que no entender dela era fulcral que a nova Lei obrigasse a um período de reflexão a dar à mulher. Sem isso nada feito.

Em primeiro lugar não especificou o que entende que o Estado deve fazer nesse período. Se é dar à mulher uns dias para pensar melhor, sem que ela tenha nenhum tipo de aconselhamento e sem que lhe sejam apresentadas outras soluções, então esse período e nada, é quase a mesma coisa.

Mas o caricato foi quando lhe colocaram a questão da limitação de tempo. Aí é que a porca torceu o rabo e o tal período de reflexão fundamental passou a ter de ser feito depressinha.

Deve ser do género: uma mulher vai ao S.N.S. para fazer um aborto, tem uma consulta onde alguém lhe pergunta se tem a certeza ou se não quer voltar amanhã e pensar melhor durante a noite...

Fiquei com a sensação que a ex-ministra estava a acordar para essa limitação temporal naquele preciso momento e em directo.

Ontem, veio a publico uma noticia que dá conta da má qualidade dos métodos anticoncepcionais que são distribuídos gratuitamente. Até ontem tudo corria bem nesse campo, pelo menos no discurso dos defensores do Sim. Nem sequer queriam ouvir dizer que havia Centros de Saúde que não tinham métodos anticoncepcionais.

Após o referendo começo a ouvir falar de preservativos distribuídos que rebentam devido à fraca qualidade, de pílulas fora do prazo de validade e outras coisas que tal.

Porque será que só agora se fala da realidade e dos problemas que existem e antes do referendo o silêncio era de ouro?

2007/02/13

Primeira clínica espanhola de IVG abre em Março

A primeira clínica espanhola para realizar abortos vai abrir no próximo mês, em Lisboa, depois de, há um ano, ter realizado vários contactos com a Direcção-Geral de Saúde. Entretanto, outra clínica, de Madrid, mostrou interesse em abrir uma unidade em Portugal.

in TSF online

Reacções

Pelas reacções a certas situações, podemos ficar a saber muito sobre uma pessoa.

Em relação ao referendo, gostava de analisar as diferentes reacções que defensores do Sim e do Não, tiveram após este referendo e comparar com as reacções dos mesmos após o referendo de 1998.

Após o referendo de 1998, que como todos sabem não foi vinculativo mas deu a vitória ao Não, aqueles que tinham defendido o Sim revelaram a sua falta de capacidade para aceitar uma derrota e vieram a terreno argumentar que o resultado não era vinculativo e que a Assembleia tinha todas as condições para aprovar a Lei e que era isso que deveria ser feito. Alguns dos habituais visitantes deste espaço alinharam pelo mesmo discurso antidemocrático.

Nove anos passaram, novo referendo é feito, o resultado é diferente. Agora o discurso já muda de figura. O Sim ganhou mas o referendo mais uma vez não foi vinculativo.

Mas reparem, o Sim ganhou.

E sendo assim, hoje em dia são exactamente aqueles que à nove anos atrás apregoavam o carácter não vinculativo do referendo de então que agora dizem sem qualquer duvida que se deve respeitar a decisão do povo português. Alias não se trata de um dever, trata-se de uma obrigação.

Do outro lado, temos aqueles que em 1998 viram a posição que defenderam sair maioritária do referendo de então. Defenderam que, apesar de não ser vinculativo, se deviam respeitar a decisão que o povo português tinha tomado.

Nove anos passaram, novo referendo é feito, o resultado é diferente.

Felizmente e com orgulho, assisti ao aceitar calmo e democrático por parte daqueles que defenderam o Não, deste resultado. Não se pôs em causa a legitimidade do resultado deste referendo, não se apelou à não vinculação, não se fez ruído antidemocrático. E é assim que deve ser.

Também eu me junto a essa posição. Obviamente defendo que o resultado deste referendo deve ser aceite e a Lei deve ser alterada, tal como defendi em 1998 que o resultado devia ser respeitado e a Lei manter-se inalterada.

A coerência faz-me sentir bem.

Não me darei ao trabalho de qualificar as atitudes daqueles que agora viram o bico ao prego, desdizem-se e entram em contradições. Trata-se de uma situação demasiado obvia para necessitar de qualquer tipo de qualificação.

2007/02/12

A derrota do Não

Apesar de previsível, foi com tristeza que vi ontem a confirmação da vitória do Sim no referendo.

Não fiquei triste por ser uma derrota pessoal. Ao contrário da generalidade dos defensores do Sim, que festejam ainda hoje como se estivessem a falar da vitória do seu clube de futebol, esta nunca foi para mim uma questão pessoal.

A tristeza prende-se com o facto de ver o meu país cometer um erro e, mais grave ainda, uma injustiça de proporções incalculáveis. O tempo fará ver que a solução apresentada nada trará de novo, para além do pequeno passo que se propôs fazer.

No discurso dos que “ganharam o jogo”, sempre presente o importante passo dado, rumo à tal “modernidade” que apregoam.

De facto esses devem sentir-se grandes vencedores por tão importante passo dado rumo à tão desejada (por eles) revolução de mentalidades. Afinal foi isso que sempre esteve presente no seu horizonte. Parabéns… conseguiram.

A tal “modernidade” para a qual nos querem encaminhar representa uma sociedade despida de valores, onde tudo é permitido e nada de bom se salva.

Por isso a minha tristeza.

Não quero viver numa sociedade assim, nem quero que nenhum de nós venha a viver esses dias.

2007/02/09

Voto Não

Porque não esqueço que também eu já fui um embrião, voto Não.

Porque considero que o princípio da vida é exactamente no princípio e não quando o feto começa a desenvolver certas características, voto Não.

Por considerar que após a concepção existe Vida Humana em formação, voto Não.

Porque para mim o direito à Vida é o maior e mais importante dos direitos humanos, voto Não.

Porque os defensores do Sim apenas falam dos direitos da mulher e não têm uma palavra para o feto, voto Não.

Porque ao contrário dos defensores do Sim, defendo os direitos do feto mas não sou indiferente ao sofrimento da mulher e acredito que esta não é a resposta certa para as mulheres nesta situação, voto Não.

Porque acredito que as verdadeiras soluções são o planeamento familiar, a formação e informação sexual, o apoio psicológico, a criação e apoio às instituições que podem dar alternativas ao aborto e o apoio à natalidade, voto Não.

Porque desde há muito tempo defendo que se pode alterar a Lei, criando penas diferentes para as diferentes motivações que levam ao aborto e esta proposta de alteração não o faz e pura e simplesmente descriminaliza o aborto, voto Não.

Porque defendo que essas penas poderiam passar por formação sexual obrigatória para evitar que as mulheres se vissem de novo na mesma situação, ou então pela penalização com trabalho comunitário, pena pequena tendo em conta que do outro prato da balança estão os direitos de um ser humano em formação e esta proposta de alteração não o prevê, voto Não.

Porque entendo que a verdadeira motivação dos “intelectuais” de esquerda não é a resolução deste drama, mas sim lançar na sociedade estes temas, ditos fracturantes, com o objectivo de chocar e mudar mentalidades e levar a cabo a revolução de mentalidades, voto Não.

Porque o Primeiro Ministro e os lideres de esquerda têm uma atitude prepotente e arrogante e não aceitam sequer discutir soluções diferentes da soluçãozinha que propõem, voto Não.

Finalmente, porque amo a vida, defendo sempre os mais desprotegidos e entendo que se pode vir a cometer uma tremenda injustiça e um erro crasso, voto Não.

Fica assim aqui o meu apelo para que todos, em consciência, decidam o que fazer no próximo dia 11. Analisem mais uma vez os factos, não esqueçam o que até agora pensaram, mas não esqueçam nunca aquele ser humano em formação, débil e fragilizado, que conta com todos nós para continuar a ser protegido, nem tão pouco esqueçam as mulheres que precisam de ter apoio, formação, alternativas e não o que este referendo lhes oferece.

2007/02/06

Happy Birthday... ou talvez Não

Sócrates o chantagista.

Numa altura em que se fala do extremar de posições do lado do Não, eis que surge o nosso Primeiro, a usar um argumento que não me atrevo considerar extremista. Está muito, mas muito para além disso.

Num acto de total politização do referendo, esperando talvez juntar a sua cara à possível vitoria do Sim, Sócrates afirma com uma desfaçatez tremenda que se o Não ganhar, não haverá lugar a nenhuma alteração de Lei proposta pelos defensores do Não. Afirma categoricamente que o P.S. não apoiará nenhuma proposta de alteração de Lei e tudo se manterá exactamente como está.

Pergunto, é esta a postura de abertura e dialogo que os defensores do Sim apregoam?

Tipo, ou fazem o que queremos ou então não há conversa com ninguém, amuamos, fazemos birra e tapamos os ouvidos.

Mas que raio de ameaça terrorista é esta?

E isto? Não é extremista?

Com esta afirmação Sócrates está a fazer chantagem com todos nós porque das duas, uma. Ou votamos Sim e a Lei é alterada no sentido que a esquerda quer, ou então se votarmos Não o nosso governo não promoverá nem aceitará nenhuma proposta de alteração feita por ninguém. A Lei ficará exactamente como está.

Tenho visto recentemente muitas pessoas a levantar muitas ideias que vão ao encontro de algumas que também eu já dei. Resolviam grande parte dos problemas e eram bem mais consensuais e produtivas que a actual soluçãozinha proposta pela esquerda.

Mas desengane-se quem pensa ainda que a prioridade destes senhores é a defesa das mulheres.

Se fosse essa a sua preocupação, então aceitariam discutir alternativas que não mandassem mulheres para a cadeia e que mantivessem a defesa dos direitos de um ser humano em formação. Se o Não ganhar, nas palavras de Sócrates, as pobres mulheres perseguidas e injustiçadas, bem que podem apodrecer na cadeia. Se alguma duvida houvesse em relação às intenções da esquerda, penso que esta afirmação chantagista de Sócrates acaba com todas.

Pois bem, não cedo a chantagens. Quem recorre a esses métodos não merece a minha confiança. Eu voto Não e espero que aquelas ideias que começam a surgir tenham pernas para andar e não sejam abortadas por uma esquerda chantagista e mal formada.

Como desde o início não concordo com este referendo e muito menos com a pergunta que é feita, tenho de votar não. Se a solução proposta é a que está na mesa… Então NÃO!!!

2007/02/02

Para pensar...

Ontem o convidado da Grande Entrevista foi o físico e biólogo Alexandre Quintanilha, director do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, do Porto. Trata-se de um dos maiores nomes da Ciência em Portugal, é defensor do Sim no referendo e está ligado ao movimento Médicos pela Escolha.

No decorrer dessa entrevista, afirmou várias vezes e sem qualquer dúvida que, após a fecundação, as primeiras células daí resultantes são vida, são um ser humano em formação.

Se não considerarmos essas primeiras células como sendo vida, então não podemos dizer que os primeiros seres unicelulares representam o princípio da vida na Terra.

Se aquela vida gerada após a fecundação, resulta das células de dois seres humanos, contém o código genético do ser humano e, caso o processo não seja interrompido, o resultado dessas células será um ser humano, então penso ser razoável dizer que estamos perante um ser humano em formação.

Muito se tem dito, tentando confundir que a generalidade dos defensores do Não tem essa posição devido à sua religião. No meu caso e desde sempre, tive esta posição por entender que um feto é um ser humano, vivo e em formação.

Posto isto, temos de ter consciência que em referendo estará saber se um ser humano (mulher) deve ser julgado por interromper o processo evolutivo de um outro ser humano (feto).

Somos também convidados a decidir se a despenalização será a melhor solução para este problema?

Penso que quando um filho não é desejado ou não se tem condições para o criar, a maneira correcta de resolver o problema é prevenir e evitar que esse filho seja gerado.

Para tal, penso que a aposta firme na formação e informação sexual, através de aulas de educação sexual e consultas de planeamento familiar é a melhor solução.

É formando e informando que verdadeiramente ajudamos as mulheres a não terem de passar pelo drama do aborto e evitamos que um filho indesejado seja gerado.

Claro que tudo isso é falível. acho que a nossa sociedade se deveria empenhar em pensar no que fazer, nos casos em que essas politicas falhem.

Algumas propostas:

A mulher devia primeiramente ser ajudada, com apoio psicológico e consultas que lhe mostrassem todas as possibilidades que tem, para assim tomar uma decisão em consciência.

Caso decidisse mesmo avançar para um aborto, acho que deveria ter acesso a cuidados de saúde para o realizar. Na verdade, o aborto é um problema que existe e também não é solução fechar os olhos ao drama e sofrimento da mulher.

Ao optar por um aborto nestas circunstâncias, a mulher saberia que teria de responder por tal acto. Mas dar essa resposta não deveria significar imediatamente pena de prisão.

Não pudemos julgar todas as mulheres que praticaram um aborto da mesma forma. As circunstâncias e motivações variam de caso para caso.

A pena de prisão não deveria ser a única pena prevista na lei, porque cada caso é um caso. Uma mulher que tenha tido uma vez um descuido, ou tenha visto o método contraceptivo falhar, poderia por exemplo ser reencaminhada para sessões de formação sexual, para de futuro puder tentar evitar de forma mais correcta, que uma gravidez indesejada voltasse a acontecer.

Outra pena a aplicar poderia passar por trabalho comunitário.

Agora também acho que uma mulher que recorresse constantemente ao aborto, deveria ser criminalizada. Não podemos esquecer que no outro prato da balança da justiça está um ser humano em formação, que deve ver os seus direitos defendidos, principalmente o direito à vida, o maior de todos os direitos humanos.

Penso que assim se atacaria muito melhor este problema, ajudando a mãe e evitando que o processo evolutivo de um ser humano fosse interrompido, preservando assim os direitos humanos que todos merecemos ter.

A 11 de Fevereiro vamos decidir se um ser humano (mulher) deve ser julgado por interromper o processo evolutivo de um outro ser humano (feto).

Temos de decidir de uma vez por todas se esta é a solução para este flagelo da nossa sociedade, ou se devemos unir esforços para exigir que outras soluções apontadas passem à prática.