Adeptos?!
Para ser sincero, a vitória de Sábado que deu mais um título de campeão nacional ao F.C. Porto, teve para mim um sabor pouco intenso. Não é normal que assim seja, pois desde que me conheço como pessoa, sempre vibrei muito com as vitórias e sofri algumas vezes com as derrotas do Porto do meu coração.
Mas ontem foi bem diferente, tendo tudo ficado a dever-se à atitude vergonhosa e “animalesca” que alguns adeptos do Porto tiveram no estádio (ou melhor dizendo campo) do Penafiel.
Alias, essas bestas não são adeptas do Porto. São adeptas dos super dragões, o que é bem diferente. Peço desde já desculpa aos defensores dos animais, por nestas linhas ir denominar estes energúmenos de bestas. Os animais não têm culpa e é para eles uma desconsideração sofrer tal comparação. Mas como me apetecia chamar outros nomes aquela corja de animais e não posso, fico-me pelas bestas.
Quando o speaker do estádio 25 de Abril começou a apelar ao civismo daqueles animais, comecei a pensar que o dito senhor deve ser muito crente. Porque civismo é coisa desconhecida para aquelas bestas. O resultado, foi o que se viu. Invasão de campo, jogo em risco de não terminar e uma festa estragada e manchada, à custa daqueles animais.
Tudo por causa das guerrinhas entre a direcção do Porto e os super dragões. Tudo para que o tal líder da macacada que se pavoneava em tronco nu, mostrasse ao mundo o seu poder em dominar os seus comparsas de manada.
Incompreensível também o porquê de tão atrasada e ineficaz acção das forças da ordem.
Não obstante toda esta triste situação, que me fez ter vergonha de ser portista, saio de casa, passo na estação e dou de caras com uma portagem improvisada pelo povinho desta urbe. O pagamento da portagem, era permitir àquelas bestas abanar a nossa viatura a seu bel-prazer.
Assim teve de ser, embora pedisse ao pessoal para o fazer com calma e devagar. Cerca de 1 quilometro mais à frente, sou de novo parado por um bando de pequenas bestinhas, que gostam de imitar os machos mais velhos da manada e que se puseram literalmente à frente do carro, para tentar o abanão.
A ideia de os atropelar, passou-me com muita intensidade pela cabeça, mas lá me contive. Ao passar, um dos parvalhões tentou arrancar um cachecol que levava pendurado de fora da janela. Tenho aquele cachecol há anos. Nele encerro muitas boas memórias, sendo a mais forte a da final em Gelsenkirshen, pois foi aquele o cachecol que me acompanhou à Alemanha. Se o puto me rasgava o cachecol, juro que saia do carro e dava-lhe cabo da cara. A paciência tem limites e a minha, naquela noite tinha atingido o máximo à muito.
Que raio de país é este, onde já nem se podem festejar as vitórias do nosso clube em paz, por sermos importunados por adeptos do nosso próprio clube?